Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e à obesidade.
Existem alguns tumores que apresentam um risco relativo maior de surgirem em pacientes obesos quando comparamos com pacientes com índice de massa corporal (IMC) normal. Os principais são os tumores de mama nas mulheres e os colorretais nos homens, mas também temos tumores de endométrio, vesícula biliar, rim, fígado, esôfago, ovário, pâncreas e próstata.
O excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica e aumentos nos níveis de determinados hormônios, que promovem o crescimento de células cancerígenas, aumentando as chances de desenvolvimento da doença, segundo os pesquisadores.
Existem três mecanismos que são alterados pela obesidade e estão diretamente relacionados ao câncer:
- Proliferação celular por meio da insulina. Pacientes obesos têm maior resistência à insulina (hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue). Então, o corpo passa a produzir maior quantidade de insulina, provocando a ativação de mecanismos que respondem com aumento da proliferação celular, que pode dar origem a um tumor.
- O organismo está continuamente inflamado na obesidade. Essa inflamação ativa algumas substâncias no corpo para a formação de vasos sanguíneos. Ou seja, em um processo inflamatório constante, caracterizado pela obesidade, existe uma contínua formação sustentada de vascularização, que é essencial para o crescimento de um tumor.
- A obesidade relacionada aos hormônios sexuais. Existe a conversão de alguns tipos de células de gordura em hormônios sexuais. Para mulheres na pós-menopausa, por exemplo, ficarem mais tempo expostas a alguns tipos de hormônios faz com que aumente o risco de câncer de mama e de endométrio.