A primeira vacina do mundo contra o câncer já tem uma previsão de quando estará pronta. De acordo os seus desenvolvedores, o imunizante revolucionário, que poderá prevenir milhares de mortes a cada ano, está na segunda fase de testes, antes de partir para a terceira e última fase.
A Moderna, fabricante de uma das vacinas para a Covid-19, junto com a empresa Merck MSD anunciou que ainda neste ano serão concluídos os testes clínicos para o desenvolvimento de uma imunoterapia contra o melanoma, um tipo de câncer de pele com alta letalidade. O resultado finalizará a fase 2 da pesquisa e, caso for positivo, o estudo seguirá para a terceira e última etapa.
A vacina é baseada na mesma tecnologia de RNA mensageiro (mRNA ) que foi usada para criar os imunizantes contra a covid.
Ela está sendo estudada no tratamento de pacientes com melanoma de alto risco, a forma mais mortal de câncer de pele. E os testes de fase 2 envolveram 157 pacientes com essa forma da doença.
Como a vacina contra a câncer vai funcionar?
Usando apenas o código genético do vírus, as vacinas de mRNA são injetadas no corpo, entrando nas células e dando comando para elas criarem antígenos. Esses antígenos são reconhecidos pelo sistema imunológico e o preparam para gerar uma resposta antitumoral personalizada contra a mutação tumoral específica.
Nenhum vírus é necessário para criar uma vacina de mRNA. Isso significa que a taxa na qual a vacina pode ser produzida é acelerada.
Para aumentar a ação da vacina, a dose está sendo administrada juntamente com um anticorpo monoclonal da MSD, chamado Keytruda, considerado tratamento padrão para o melanoma. Esse medicamento também ativa o sistema imune para reconhecer as células cancerígenas e atacá-las.
“Esta colaboração de longo prazo combinando a experiência da Merck em imuno-oncologia com a tecnologia pioneira de mRNA da Moderna resultou em uma nova abordagem de vacina sob medida”, comentou o chefe de desenvolvimento clínico global e vice-presidente sênior da Merck Research Laboratories, Dr. Eliav Barr.
O presidente da Moderna, Stephen Hoge, disse que os dados dos testes são esperados neste trimestre. “Continuamos animados com o futuro e o impacto que o mRNA pode ter como um novo paradigma de tratamento no tratamento do câncer”, acrescentou.