As principais perguntas que os pacientes fazem após a notícia do diagnóstico e que muito possivelmente, são as mesmas perguntas que podem estar passando pela sua cabeça neste momento:
1) Vou morrer de câncer?
Durante muito tempo o câncer foi relacionado com a ideia de morte. Mas por quê? Apesar da oncologia (especialidade que estuda o cancer) ser uma especialidade que existe há bastante tempo, o tratamento das doenças começou a ter um grande avanço apenas recentemente. A quimioterapia foi descoberta no século XX e seu uso, começou na Primeira Guerra Mundial.
Temos pouco tempo de tratamentos sendo estudados. Dessa forma, o câncer até bem pouco tempo atrás, era sim, sinônimo de morte. Felizmente, os estudos avançaram e avançam numa velocidade incrível, e sabemos que hoje, um tumor de mama, por exemplo, diagnosticado em suas fases iniciais, poder ter até 95% de cura. Câncer tem cura!
2) Foi culpa minha?
Nunca se culpe! À exceção do cigarro, que realmente está muito relacionado ao câncer de pulmão, bexiga e cabeça e pescoço, a maioria dos tumores tem várias causas relacionadas. Por exemplo, o câncer de mama pode estar relacionado com fatores que aumentam o estrogênio, como menstruação precoce, menopausa tardia, uso de reposição hormonal, etc. Mas a causa em si, é multifatorial. São vários fatores que, associados a longo prazo, levaram a essa doença. Sentir culpa não levará você a lugar nenhum.
Além disso, o mais importante sempre será olharmos para frente e a partir desses momentos adquirirmos novos hábitos que nos auxiliem no tratamento.
3) Como lidar com os sentimentos?
Costumo dizer para as minhas pacientes que se elas, ao receberem o diagnóstico, ficarem às gargalhadas, realmente eu vou achar que alguma coisa está fora dos eixos. Porque é impossível receber uma notícia como essa e não sofrer! Afinal, somos humanos. Mas costumo dizer também, que esse é o dia de ir pra casa, mergulhar no travesseiro e chorar muito, mas muito, até não poder mais. E que o dia seguinte, é o dia da virada, recomeçando do zero e tendo a certeza da vitória. Lógico que, um dia ou outro, a tristeza nos visita com mais força e demora a sair, mas o ideal é tentarmos manter a confiança no tratamento e seguir em frente, mantendo nossa rotina o mais próximo do normal possível. Acredite, somos fortes. E temos a oportunidade de perceber isso nos piores momentos.
4) Como será o meu tratamento?
Esse item é muito importante! Porque a primeira coisa que os pacientes e seus familiares costumam fazer é procurar na internet informações sobre o seu caso. Isso me assusta muito! Porque os pacientes retornam à consulta comigo apavorados, e o que é pior: cheios de conceitos errados! Então, quando a curiosidade for forte, busquem ao menos em sites confiáveis. De instituições consagradas com médicos conhecidos. Também é válido procurar ONGs, Blogs grandes, que mostrem a fonte de seus dados. E sempre tirem TODAS as suas dúvidas com seus médicos. Ele será seu apoio maior nessa caminhada! A relação médico-paciente deve ser boa e forte. Às vezes os pacientes reclamam que seus médicos não são carinhosos ou não conversam. Se deem ao direito de ouvir outros médicos. Os tratamentos em geral, são os mesmos. Não mudam muito entre as clínicas e hospitais.Então por que não fazer o seu tratamento com um médico que acalente seus medos e comemore suas vitórias junto com você?
5) A principal lição
Enfim, não abandone a sua vida. Ao contrário, crie uma nova história a partir desse momento. Peça ajuda aos seus amigos e a sua família. Eles, muitas vezes, não sabem como devem agir, afinal, a situação é nova para eles também. Tudo passa, as coisas boas e as ruins.
Fonte: https://drive.google.com/file/d/1mKYtaxSvzCKZxbKdQK8dAGeUH4zB6DMD/view