A pedra na vesícula, também conhecida como colelitíase, é caracterizada pelo acúmulo de pedras (cálculos biliares) na vesícula biliar ou nos ductos biliares. Isso acontece devido a um desequilíbrio na concentração das substâncias que compõem a bile, líquido digestivo produzido pelo fígado e armazenado na vesícula.
Assim como toda doença, quando a pedra na vesícula surge, é comum que sintomas sejam manifestados, mas também existem casos que são assintomáticos. Entre as pessoas que mais apresentam essa doença estão as com idade acima dos 40 anos, obesos, fumantes, pacientes com diabetes e colesterol elevado, sendo que ela ocorre com maior frequência na população feminina.
Quais são os sintomas da pedra na vesícula?
1. Dor abdominal
A dor é uma das primeiras manifestações de pedra na vesícula aguda, especialmente quando os cálculos são maiores ou pequenos, mas em grandes quantidades.
Junto com esse sintoma, podem aparecer também dores de cabeça, febre e calafrios. Além disso, quando uma pedra migra para o ducto biliar, o que impede a passagem da bile, uma forte pressão é exercida como tentativa de desobstruir o caminho para o intestino.
Nesses casos, fortes cólicas serão sentidas do lado direito do tronco, principalmente uma hora após as refeições. Essa dor se inicia de forma muito rápida e intensa e cessa com o passar de algumas horas, reduzindo lentamente. É interessante salientar que a dor pode ser pior após a ingestão de alimentos gordurosos.
2. Icterícia
A icterícia, caracterizada por um amarelamento da pele, das mucosas ou das escleras (a parte branca dos olhos), ocorre quando a bilirrubina se acumula e se deposita nos tecidos corporais. Essa substância é formada, principalmente, pelos restos dos glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue.
Em condição normal, toda a bilirrubina é levada pela corrente sanguínea e, após, é eliminada pelo intestino. Na colelitíase, o fluxo da bile é interrompido por uma pedra no ducto colédoco, que impede que o líquido seja transportado do fígado para a vesícula, onde fica armazenado. Dessa forma, a bile, rica em bilirrubina, volta para o fígado e é distribuída pelas mais diversas partes do organismo pelo sangue.
3. Diarreia e fezes esbranquiçadas
O suco biliar tem como principal função ajudar o organismo a digerir as gorduras. No funcionamento normal, a vesícula biliar se contrai quando a digestão começa e, principalmente, quando há presença de alimentos gordurosos.
Se a bile não encontrar os alimentos a gordura não será digerida, o que é uma causa de diarreia. Nesse caso, há aumento do número de evacuações e as fezes se tornam amolecidas ou aguadas, sendo bastante volumosas. Além disso, é possível observar gotas de gordura na água do vaso sanitário após a defecação.
Como falado, a bilirrubina é naturalmente excretada pelo intestino. Esse pigmento dá às fezes a coloração amarronzada ou castanha escura habitual. No entanto, como ela não chegará ao intestino, o bolo fecal fica esbranquiçado ou pálido. O processo digestivo das gorduras é incompleto, o que provoca o aumento da produção de gases e desconforto intestinal.
4. Urina Escura
A bilirrubina acumulada nos tecidos não será excretada pelo intestino. Dessa forma, o organismo cria um mecanismo compensatório e, muitas vezes, o excesso dessa substância será eliminado pela urina. Assim, é comum que pessoas com pedra na vesícula urinem um líquido de coloração escura. Isso acontece porque a bilirrubina é um corante natural, tingindo a urina de marrom.
5. Náuseas, vômitos e inchaço abdominal
Como o fígado e a vesícula participam do processo digestivo, esse sistema também é afetado e manifesta sintomas. Apesar de, na pedra na vesícula, sintomas como esses não serem específicos, os casos de náuseas, vômitos e inchaço do abdômen também podem indicar a doença. Quanto ao edema abdominal, ele ocorre devido à falta da bile no intestino, indispensável para a digestão de gorduras.
Qual é o tratamento escolhido?
O tratamento depende do número de cálculos, do tamanho que apresentam, da idade do paciente e de outros fatores que só poderão ser avaliados por um médico especialista. Dependendo dessas variáveis o paciente pode ser candidato para usar uma técnica chamada litotripsia extracorpórea, em que um aparelho emite ondas de choque a fim de quebrar os cálculos em pequenos fragmentos.
O objetivo é que os pedaços sejam mais facilmente eliminados pelo ducto. O problema é que, normalmente, esse tratamento só funciona para pedras de pequeno tamanho, além de não proteger o paciente de um novo aparecimento de cálculos.
É por esse motivo que a opção mais comum de tratamento é a cirurgia. Nesse caso, o cirurgião gastroenterologista retira a vesícula biliar. Atualmente ela é feita por via laparoscópica, ou seja, são feitas 4 pequenas incisões na barriga para que o médico consiga introduzir câmera, bisturi e outros instrumentos necessários.
Após a retirada desse órgão a bile irá direto do fígado para o intestino, em um fluxo constante. Dessa forma, continuará exercendo o seu papel de digerir as gorduras. Isso é possível porque a vesícula biliar é um órgão não vital, servindo apenas para o armazenamento de bile.
Fonte: https://bit.ly/34Lw1lA