O dermatofibrossarcoma protuberans (DP) é um raro tumor de pele de crescimento lento, porém com capacidade de invasão e agressividade localmente, além de tendência a recidiva principalmente nos três primeiros anos após o tratamento.
Caracteristicamente, apresenta baixo potencial de metástase (em torno de 4% dos pacientes desenvolvem disseminação da doença para outros órgãos). Quando presentes, as metástases também costumam ter o mesmo comportamento indolente. A transformação fibrossarcomatosa aumenta o risco de metástases, mas raramente ocorre.
O tratamento padrão-ouro consiste em ressecar a lesão de forma ampla com objetivo de garantir margem de segurança (tecido ao redor do tumor) livre de células neoplásicas. Por ser um tumor com padrão de disseminação horizontal, mesmo lesões pequenas podem apresentar projeções mais distantes além das margens macroscópicas, o que explica a elevada incidência de recidiva local dessa neoplasia.
A cirurgia micrográfica de Mohs é uma opção bastante considerada e bem indicada em casos onde a excisão ampla não é desejável, por exemplo em tumores de face onde há normalmente necessidade de cirurgias menos extensas para preservar estruturas nobres e evitar danos cosméticos ou funcionais. A experiência dessa cirurgia no tratamento do DP é relativamente limitada, mas mostrou alcançar baixas taxas de recorrência e altos índices de cura, pois permite uma avaliação muito precisa das margens tumorais livres a serem alcançadas no ato cirúrgico.
Em relação à cirurgia convencional, a técnica de Mohs tem a vantagem de um ótimo controle microscópico das margens do tumor durante a cirurgia, permitindo assim a remoção completa do tumor com o mínimo de remoção de pele normal ao redor da lesão, diferentemente da cirurgia convencional, em que se remove uma ampla área de tecido normal com extensão de 3 a 5 cm além do tumor, objetivando-se uma ressecção completa da lesão.
Só se pode ter certeza de que a área removida ao redor do tumor está livre de células tumorais após a análise microscópica pelo patologista. Como na cirurgia convencional essa área além do tumor a ser removida (novamente, a margem de segurança) é uma estimativa macroscópica feita pelo cirurgião na hora da remoção, existe então um risco maior de haver células tumorais residuais, o que pode ocorrer em até 50% dos casos tratados com ampla ressecção.
Algumas vezes, indicamos tratamento complementar com radioterapia após a cirurgia. É muito importante manter um acompanhamento médico regular e de longo prazo após a cirurgia devido aos riscos de recorrência da doença no local. Mas com cirurgia adequada, as chances de cura são boas.
O tipo de alimentação tem grande impacto no desenvolvimento de vários tipos de tumores malignos, sendo hoje muito bem estabelecido que hábitos alimentares saudáveis podem reduzir o risco de câncer. Não há uma dieta específica para cada tipo de tumor. A recomendação geral é tentar abolir/reduzir a ingestão de alimentos embutidos (presunto, linguiça, salsicha), assim como os alimentos refinados (como farinha branca, pães e massas, arroz branco) e substitui-los pelos integrais; reduzir fortemente o consumo de doces, carne vermelha e o consumo de bebidas alcoólicas. Em contrapartida, aumentar mesmo a ingestão de frutas, legumes e verduras, tentar inserir o peixe na dieta 3 vezes por semana.
Fonte: https://bit.ly/3doXWv5