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Inca alerta: Brasil terá mais de 2 milhões de novos casos de câncer nos próximos 3 anos

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O Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde publicou em novembro/22, o relatório Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil. O documento aponta para 704 mil casos novos da doença por ano, no Brasil, entre 2023 e 2025. O que resulta em mais de 2 milhões de novos diagnósticos da doença no próximo triênio. A maior parte desses casos (70%) se concentra nas regiões Sul e Sudeste.

No triênio anterior, de 2020 a 2022, foram estimados 625 mil novos casos da doença. A pesquisadora Marianna Cancela, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA (Conprev), não recomenda a comparação entre o relatório atual e o documento anterior devido a alterações na metodologia, ao aumento da população e à inclusão de novos tumores na estimativa mais recente.

O número de casos de câncer tem aumentado e a razão é multifatorial. Tem o envelhecimento da população e hábitos menos saudáveis. O aumento da obesidade também tem uma grande implicação no aparecimento de câncer.

Pela primeira vez, o documento trouxe dados sobre os cânceres de pâncreas e de fígado, além de outros 19 tipos de tumores. O câncer de pâncreas é o 13ª câncer com maior incidência no Brasil, com 10.980 casos estimados a cada um dos três anos, e o de fígado vem logo depois, em 14º lugar, com estimativa de 10.700 casos por ano.
Cancela explica que a decisão de incluir esses cânceres nas estimativas foi tomada porque eles estão entre os dez tipos mais comuns em varias regiões do Brasil, como Norte e Sul. Além de serem dois tipos de câncer extremamente letais.

 

Câncer de pele

O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no Brasil, responsável por 31,3% do total de casos estimados para os próximos três anos. Esse tipo de câncer é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, de pele clara e sensíveis à ação dos raios solares. Ele também tende a ter uma taxa de letalidade mais baixa. Por isso, em algumas partes da análise do Inca, o tumor é separado dos outros.
Depois do pele não melanoma, os tumores malignos mais incidentes no país são: câncer de mama (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

 

Próstata e mama

Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em seguida, está o câncer de cólon e reto, traqueia, brônquio e pulmão, estômago e glândula tireóide.
Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição, sendo que, nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre a população masculina.
A pesquisadora do INCA também chama atenção para o câncer de cavidade oral, que aparece entre os cinco principais tumores entre os homens, em quatro regiões do país.

Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Em seguida, de forma geral, estão: câncer de cólon e reto, traqueia, brônquio e pulmão, estômago e colo do útero.
Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa esta posição.
— O câncer colorretal é o segundo mais comum no país entre homens e mulheres. Ele ultrapassou o câncer de colo de útero entre as mulheres e o câncer de pulmão entre os homens e também é um câncer ligado ao estilo de vida, como sedentarismo, consumo de álcool e obesidade — alerta a pesquisadora.

 

Diferenças regionais

A desigualdade entre as regiões do país também aparecem nos números de incidência de câncer. Enquanto no Norte e Nordeste, tumores associados a infecções são mais comuns, no Sul e Sudeste há maior incidência de tumores ligados a estilo de vida.
O câncer do colo do útero é o quinto mais comum entre as mulheres na região Sudeste, mas ocupa a segunda posições nas regiões Norte e Nordeste.
Esse é um câncer que é ligado à infecção pelo HPV e é o único tipo de câncer que se fala em erradicação porque ele é totalmente prevenível pela vacinação.

 

Fonte: O Globo

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