Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) traz uma preocupante constatação: o aumento de 64% nas internações por câncer colorretal nos últimos dez anos.
Os números alarmantes revelam que mais de 650 mil hospitalizações foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar essa doença entre 2012 e 2021. Além disso, houve um aumento de 40% no número de óbitos por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto, com mais de 19 mil casos registrados apenas em 2021.
Os tumores de cólon já são o segundo tipo mais prevalente da enfermidade entre homens e mulheres, atrás apenas de próstata e mama, respectivamente. Dentre os principais sintomas de câncer no intestino estão alteração do hábito intestinal (intestino preso ou solto), perda de peso sem causa aparente, desconforto abdominal, sangue nas fezes, fraqueza e anemia.
A pesquisa destaca que a má alimentação e maus hábitos estão entre as principais causas desse crescimento expressivo de casos de câncer colorretal. Estudos mostram que 14 tipos de cânceres, incluindo o de intestino, estão diretamente relacionados a um estilo de vida pouco saudável, como o consumo excessivo de bebida alcoólica e alimentos ultraprocessados, baixa ingestão de fibras e líquidos, sedentarismo, tabagismo e poucas horas de sono.
É importante ressaltar que o câncer colorretal pode ser prevenido, identificado e tratado precocemente com medidas de rastreamento e mudanças no estilo de vida. A conscientização sobre a importância da alimentação saudável e hábitos de vida saudáveis são fundamentais para prevenir não apenas essa doença, mas outras condições de saúde associadas.
Além do aumento geral de casos de câncer colorretal, outro dado preocupante é o aumento dos casos em pessoas com menos de 50 anos. Estudos apontam que a incidência dessa doença em adultos jovens está aumentando significativamente em todo o mundo, sendo que cerca de 10% a 15% dos casos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos.
Os resultados dessa pesquisa reforçam a importância do diagnóstico precoce e de investimentos em políticas públicas que visem a prevenção e o tratamento do câncer colorretal, garantindo um tratamento de qualidade e a conscientização da população sobre a importância da prevenção e mudanças de hábitos.