O câncer de mama triplo negativo é responsável por 10 a 15% dos cânceres de mama. O termo câncer de mama triplo negativo refere-se ao fato de que as células cancerígenas não têm receptores de estrogênio ou progesterona e não produzem a proteína HER2. Esse tipo de câncer tende a ser mais comum em mulheres com menos de 40 anos de idade, afrobrasileiras ou com mutação no BRCA1.
Como saber se o meu câncer é um triplo negativo?
O diagnóstico do câncer de mama triplo-negativo (assim como o de outros subtipos de câncer de mama) é feito pela biópsia, em que se retira pequena parte do nódulo mamário para uma análise mais detalhada, em laboratório e patologia. Após o diagnóstico do câncer de mama, as células cancerígenas são estudadas quanto à presença ou ausência de receptores hormonais (receptor de estrogênio ou progesterona) e se produzem a proteína HER2, o câncer é considerado câncer de mama triplo negativo.
Há dois tipos de laudo, o anatomopatológico e o imunoistoquímico.
Laudo anatomopatológico: analisa o tecido mamário normal e o maligno;
Laudo imunohistoquímico: analisa a presença ou não de proteínas (como os receptores hormonais), quantidades e características.
Opções de tratamento
A presença dos receptores (RE, RP e HER2) é importante para definir o melhor tratamento a ser realizado.
O câncer de mama triplo-negativo espalha-se rapidamente. A cirurgia, quadrantectomia ou mastectomia, é uma opção já nos primeiros estágios da doença a fim de evitar que mais células sejam afetadas. Em alguns casos, opta-se por iniciar pela quimioterapia, para melhorar a escolha do tratamento cirúrgico posterior e já avaliar a sensibilidade do tumor ao tratamento.
Após a cirurgia, nos casos em que opta por iniciar por esse tratamento, a quimioterapia é indicada para evitar as chances de recidiva do tumor. Em alguns casos também se indica radioterapia após a cirurgia e a quimioterapia.
A hormonioterapia, uso de remédio para inibir a atuação dos hormônios, e a terapia anti-HER2, que controla a proliferação da célula, não são opções para pacientes com câncer de mama triplo-negativo, por não expressarem receptores em sua superfície.
Em casos de paciente com mutação de BRCA1/2, pode-se usar tratamento com os inibidores de PARP, classe de remédios que agem nas enzimas ligadas às mutações no BRCA1 e BRCA2, a fim de evitar a multiplicação das células. Além disso, há opções de tratar o câncer com imunoterapia, quando medicamentos são usados para estimular a ação mais forte do sistema imune contra as células malignas.
Imunoterapia para o câncer de mama triplo-negativo
Desde o ano de 2019 o tratamento do câncer de mama triplo-negativo ganhou mais uma opção. A Anvisa aprovou o uso da imunoterapia para os casos metastáticos que expressam um receptor chamado PD-L1. O atezolizumabe foi a primeira opção aprovada de imunoterapia para este tipo de câncer. Adicionalmente à quimioterapia, o medicamento pode reduzir em até 38% a taxa de mortalidade dos pacientes, além do aumento de 10 meses no tempo de sobrevida.